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UMA JORNADA EM BUSCA DA IDENTIDADE PERDIDA



Há um tempo, tive um sonho muito intrigante e de certa forma, revelador. Pois bem, estava em certo lugar procurando desesperadamente por minha identidade, meu documento mesmo, literalmente. Por muito tempo procurei em vão, até que meu pai se aproximou com a notícia de que sabia onde estava o documento. Sem questionamentos, o segui e fui ao lugar indicado. Para minha surpresa, veio um homem estranho com um pedaço de carne crua e sangrenta em minha direção. Entregou-me a carne, meio a contra gosto e disse que minha identidade estava ali dentro. Sem entender o motivo de meu documento estar escondido ali, ainda sem acreditar realmente, constatei para meu desespero que era verdade. Tirei meu documento de dentro daquela carne crua, coberto de sangue, procurei imediatamente uma torneira e passei a lavar minha identidade na água limpa e transparente que jorrava.

Não é um sonho difícil de entendimento e revela, não só minha realidade pessoal, mas da maioria das pessoas. Muitos perdem sua identidade (documento), já não sabem mais quem são e o inimigo (o homem estranho) tem se aproveitado disso para escondê-la em uma natureza carnal e pecaminosa (a carne crua e sangrenta). Muitas vezes, a verdadeira identidade está tão afundada e impregnada nessa realidade falsa, que fica difícil acreditar que ainda é possível reencontra-la e purifica-la. Mas, o mais impressionante é o amor de DEUS (representado por meu pai), o PAI que pacientemente nos conduz a enxergar a realidade, leva-nos ao terreno do inimigo, para que recuperemos o que é nosso por direito.  Quando enxergamos o quão pecador somos e nos arrependemos verdadeiramente, o processo de purificação começa, lavamos nossa identidade em água viva (a torneira com água limpa e transparente). Um versículo que resume bem esse ensinamento é o encontrado em Isaías 1:18 que diz assim:

 

“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã.” (João Ferreira de Almeida)

 

“O SENHOR Deus diz: “Venham cá, vamos discutir este assunto. Os seus pecados os deixaram manchados de vermelho, manchados de vermelho escuro; mas eu os lavarei, e vocês ficarão brancos como a neve, brancos como a lã.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

 

Interessante lembrar que água limpa também representa a Palavra da VERDADE e que através de seu conhecimento somos libertos do pecado:

 

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hebreus 4:12).

“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ”.(João 8:31,32)

 

 Um belo exemplo de alguém que havia perdido sua identidade e através do conhecimento da verdade, foi totalmente liberta, limpa e saciada com água viva foi a mulher samaritana. Sua história é relatada em João 4.

  Para entendermos melhor a história dessa mulher, precisamos frisar que o nome dela nem ao menos foi citado, mas o lugar onde morava foi impregnado em sua identidade. A “mulher samaritana” partilhou com Yeshua/Jesus um dos diálogos mais interessante e carregado de ensinamento a respeito de RESGATE DE IDENTIDADE. O texto deixa muito claro que havia uma discórdia entre samaritanos e judeus.

Diz a história, que os judeus consideravam os samaritanos pagãos e falsos adoradores de DEUS. Por motivos políticos, muitos anos antes de Yeshua/Jesus, depois da morte do rei Salomão, o reino de Israel foi dividido em Reino do Norte (também conhecido como Israel), cuja a capital era Samaria e Reino do Sul, com sede em Jerusalém, conhecido como Reino de Judá. O Reino do Norte acabou sendo tomado pela Assíria. Alguns habitantes ficaram em Samaria e misturando-se com os pagãos, começaram a perder a própria identidade religiosa, perdendo as características que os ligavam ao Deus único de Israel. A ponto de construírem um templo no Monte Gerizim, contrariando a direção do ETERNO da construção do Templo em Jerusalém.¹

Entender este contexto histórico clareia bastante alguns pontos do diálogo entre o mestre e a mulher samaritana. O relato desse encontro inicia-se dizendo que era necessário para Yeshua/Jesus passar por Samaria. Fato intrigante se levarmos em consideração que os dois grupos não combinavam entre si. Normalmente judeus não passavam por Samaria, apesar de ser o caminho mais curto, por considerarem um território impuro.  Mais estranho ainda, foi Yeshua/Jesus pedir água para uma mulher que no meio do dia; provavelmente debaixo de sol escaldante; ia a um poço buscar água. A atitude do mestre foi tão anormal, que intrigou até mesmo aquela mulher.

Nesse ponto inicia-se uma fervorosa conversa entre eles e mediante ao pedido de Yeshua/Jesus, a mulher samaritana revelou muitos questionamentos e dúvidas que tinha a respeito de sua própria identidade. Na primeira resposta da mulher ela revela sua baixa alta estima, seu vitimismo e seu sentimento de inferioridade em relação a um homem judeu.  Yeshua/Jesus rebate, mostrando que ELE não era um judeu comum e que se ela soubesse disso, pediria a ELE água viva que sacia toda sede. A mulher samaritana estava tão confusa de sua identidade, que logo após Yeshua/Jesus dizer que tinha água viva, ela tentou mostrar agora sua superioridade, quando disse que, ao contrário dela, Yeshua/Jesus não tinha um cântaro para tirar água do poço e subsequentemente, tentou se igualar a ele, dizendo que também era filha de Jacó.

Nesse momento, JESUS revela que a água viva que tem, não é natural: ”Jesus respondeu: "Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna". ( João 4:13,14)

A mulher samaritana viu nessa apresentação de Yeshua/Jesus, uma possibilidade de esconder sua identidade, já que, se tivesse acesso a essa água viva, não precisaria nunca mais buscar água no meio do dia se expondo. Pois, não era sem motivo que ela escolhia tal horário para buscar algo tão necessário a sua sobrevivência.

A partir desse momento, quando Yeshua/Jesus pede que ela chame o marido e volte, confronta e revela a mulher seu próprio pecado, ela reconhece a perda total de sua identidade. Tinha tantos problemas com sua personalidade, suas emoções, que mesmo vivendo em uma sociedade onde não havia “voz feminina”, ela demostrava um vida rebelde e fora dos padrões, não conseguia nem mesmo se ajustar a um só relacionamento, tendo já passado por cinco matrimônios e diante do fracasso, havia se rendido a uma vida imoral e degradante. Respondeu que não tinha marido. Pela primeira vez ela disse algo verdadeiro, sem se esconder por trás de máscaras de vitimismo, superioridade, justificação...

Agora a mulher estava preparada para beber da água viva que liberta e buscou conhecer algo que realmente era importante e em seu caso, essencial par reconstrução de sua identidade. Afinal, desejava saber quem ela realmente era e entendeu que isso só seria possível em DEUS, por isso desejou saber o lugar certo de adorar e BUSCÁ-LO. Ela havia crescido com tantos ensinamentos errôneos, que já não sabia mais qual caminho seguir.

Interessante que a mulher samaritana, humildemente ouviu e silenciou-se diante da afirmação de que os samaritanos, apesar da boa intenção, não conheciam DEUS. Essa mulher, até então sem identidade, recebeu do mestre um grande ensinamento que perpetua até os dias de hoje: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.” (João 4:23)

Diante desse ensinamento, a mulher disse que acreditava que um dia o Messias viria para resgatar os perdidos e revelar os verdadeiros adoradores. Quando Yeshua/Jesus revelou-se como o próprio Messias, ela prontamente acreditou e largando seu cântaro e todos os seus conceitos deturpados, voltou e anunciou tudo o que viveu ao povo da cidade. Agora, ela não era mais conhecida como a “qualquer”, que não era digna de confiança, mas sim como a mulher virtuosa que revelou a vinda do Messias a uma cidade.

 

Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa do seguinte testemunho dado pela mulher: "Ele me disse tudo o que tenho feito".

Assim, quando se aproximaram dele, os samaritanos insistiram em que ficasse com eles, e ele ficou dois dias.

E por causa da sua palavra, muitos outros creram.

E disseram à mulher: "Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo".

 

(João 4: 39-42)

 

 

 

JOSI😉

 


¹ Fonte: http://www.abiblia.org/ver.php?id=6868#.UgwNedy5d6o

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