“A sua voz faz tremer o deserto;
o SENHOR faz tremer o deserto de Cades. A voz do SENHOR sacode os carvalhos e
arranca as folhas das árvores. Enquanto isso, no seu Templo, todos gritam:
“Glória a Deus!” (Salmos 29: 8,9)
E mais uma vez o ETERNO faz
ecoar essa palavra em nossos corações, essa VOZ impetuosa insiste em falar com
tão insignificante existência... Pelo menos é assim que as vezes nos
classificamos, insignificantes, “vermezinhos quaisquer"...Como humanos que
somos, podemos dizer que, é até normal passarmos por momentos de tristezas e
dúvidas, momentos tempestuosos onde perguntamos a nós mesmos: “por que está
abatida oh minha alma, por que te perturbas dentro de mim?” (Salmos 42:5 a)
Assim como o salmista bem
exemplificou sua humanidade fraca no Salmo 42, onde podemos perceber claramente
uma luta entre o sentimento e a razão. Uma luta entre o que ele era no momento
de angústia e o que ele sabia que devia ser ou quem ele era em DEUS. Davi sabia
que devia entregar a DEUS todos os seus anseios, mas ainda assim “brigava"
com a própria alma, por não ser o que ele queria...
Quantas vezes travamos também
essa mesma batalha de Davi, onde sabemos o que fazer, mas nossa alma insiste em
se jogar num abismo difícil de sair. O que devemos fazer então para mudar esse
quadro? O que fazer quando achamos que conhecemos todas as portas e ainda assim
insistimos em sabotar e fechar nossa própria saída?
Não que tenhamos todas as
respostas, mas ESPÍRITO trouxe uma luz em uma história bem conhecida de Sua
palavra: o Caminho de Emaús. Talvez, a princípio, você não entendeu a conexão
dessa história com a batalha citada acima. Mas, deixe-nos explicar um pouco do
contexto. A história deste “caminho" começa com um dia de desolação, de
morte. O livro de Lucas, no capítulo 24 relata um dia onde, não só o mestre
Yeshua havia morrido, mas também, toda a esperança e expectativa de um grupo de
pessoas. Há três dias o mestre havia sido enterrado e quando algumas piedosas
mulheres foram à sepultura, encontraram a pedra; que fechava o lugar; removida
e o corpo desaparecido. Elas ficaram tão perplexas que pararam e não sabiam nem
o que pensar. Nesse momento foram surpreendidas por anjos que anunciaram a
ressurreição do mestre e as fez lembrar que não era novidade para elas tal
notícia, pois o mestre já havia dito antes que ressuscitaria. Só depois que
lembraram-se das palavras de Yeshua saíram do cemitério e foram dar as boas
novas aos outros.
Antes de continuar a história do
“caminho", queremos pautar que o ocorrido nessa parte citada é bem comum a
nós mesmos. Muitas vezes ouvimos promessas de grandes maravilhas, mas com o
passar do tempo e mediante as circunstâncias contrárias, nos esquecemos das
palavras de esperança e focamos no problema o que nos paralisa e nos deixa sem
saber até o que pensar. Quando esquecemos, somos tendenciosos a estagnação, mas
quando lembramo-nos de tudo o que pode nos dar esperança, saímos do local de
morte e anunciamos vida aos que se encontram sem esperança!
Voltando ao contexto da história
de Emaús, imagine conosco várias mulheres felizes e maravilhadas, convictas da
promessa que acabaram de ver se cumprir, eufóricas anunciando uma verdade que,
por mais realidade que era para elas, não fazia sentido para a maioria dos
presentes. Eles não acreditaram, alguns acharam a notícia tão absurda, que
resolveram constatar com seus próprios olhos. Pedro foi ao sepulcro também, mas
tudo o que viu, foi um túmulo vazio e em meio a tantos pensamentos, decidiu ir
para casa. Outros foram mais além, a decepção foi tão grande que resolveram
abandonar tudo o que podia lembrar o episódio de morte, fugiram da cidade. E é
nesse caminho que o ETERNO quer nos levar hoje...
O caminho que nossa alma faz em
dias nebulosos, não é diferente do caminho de Emaús. Um trajeto tão triste e
angustiante que foi capaz de “cegar" a visão da verdade. Por mais que
tentaram fugir do problema, no caminho insistiam em falar, lembrar e discutir o
ocorrido. Assim como Davi, no Salmo 42, podemos entender, que os dois
discípulos que fugiam, estavam travando uma guerra. A alma angustiada e triste
parecia vencer, mas aos poucos eles começaram a escutar palavras de esperança e
a guerra foi se dissipando. No momento em que eles caminhavam, aproximou-se
deles o próprio Yeshua, a Verdade em pessoa, a resposta de todas as indagações.
E o mestre é tão maravilhoso que foi resgatar aqueles humanos frágeis e
vacilantes, que não tinha mais esperança, que fugiam silenciosamente. Mas por
que eles eram tão importantes? Porque o ETERNO tem prazer em habitar em
corações humanos...

“Porque assim diz o Alto e o
Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar
habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o
espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” ( Isaías
57:15)
Exatamente por esse motivo o mestre Yeshua
fez questão de andar com eles, de acompanhar de perto cada questionamento. Ele
sabia tudo o que estava acontecendo, conhecia todos os pensamentos angustiados
que atormentavam aquelas mentes, mas julgou importante perguntar, dar a
oportunidade a eles para que expusessem tudo o que os afligia. Então, depois
que falaram tudo o que quiseram, contaram todos os detalhes, o mestre respondeu
e expôs a eles a verdade da palavra, os fez recordar de verdades e promessas
que já haviam escutado antes, mas que caíram no esquecimento por causa das
circunstâncias. E por muito tempo foi assim o caminho, uma conversa íntima e
familiar, que fazia arder o coração daqueles “soldados feridos”, até que chegou
o lugar da despedida e eles insistiram que o mestre ficasse com eles, ao que
foram atendidos. Depois de uma cansativa caminhada, naturalmente, colocaram-se
à mesa para comer e no partir do pão reconheceram o mestre, que imediatamente
desapareceu da presença deles. Mediante a tais coisas, os dois voltaram na
mesma hora para Jerusalém.
Esse ainda não é o desfecho da história do
caminho, afinal, eles precisaram voltar pelo mesmo trajeto. Mas algo chamo-nos
atenção nesse trecho. Algumas diretrizes são presentes aqui, que vale a pena
pautar. Quando estamos em meio à batalha, no fervor e perigo da trincheira,
quem tem estado ao nosso lado, a quem temos dado ouvidos? Nessa batalha da
mente, lutamos contra nós mesmos, o mestre está caminhando conosco, mas, temos
conversado com ELE e contado tudo o que tem nos afligido? Temos buscado
resposta em sua Palavra?
Esse é o MAIOR direcionamento, ORAÇÃO e
leitura da Bíblia, a Palavra viva do mestre. Essas são nossas mais importantes
armas nessa guerra. Através desse relacionamento íntimo e familiar, temos a
oportunidade de lembrar verdades e promessas que podem nos trazer esperança,
que renovam nossa fé, assim organizamos os pensamentos e reconhecemos a
presença do mestre.
Voltando a história, os discípulos
voltaram pelo mesmo caminho e encontraram com os outros, que assim como eles no
início, estavam fechados em pensamentos conturbados de morte e dúvidas.
Chegaram e contaram como o próprio mestre caminhou com eles e se revelou no
partir do pão. Interessante pautar que, o pão também representa a palavra.
Assim o mestre se revela, no conhecimento da Palavra da Verdade, pois ELE é a
própria Verdade, o pão vivo que desceu do céu! (João 6:51)
Enquanto os dois recém chegados ainda
contavam como caminharam e reconheceram Yeshua, o próprio mestre apareceu no
meio deles, mas, diante de tantas notícias, a maioria ainda se atemorizaram e
duvidaram. Logicamente, as mulheres, Pedro e os dois discípulos que voltaram de
Emaús, se alegraram, sem medo e sem nenhum resquício de dúvidas em seus
corações. Nesse momento, Jesus faz uma pergunta bem conhecida das almas
humanas: Porque estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração?
(Lucas 24:38).
A história termina com Yeshua explicando
aos presentes a Escritura e lembrando a eles todas as promessas. Depois ordenou
que permanecessem em Jerusalém, para que fossem, do alto revestidos de poder.
Maravilhoso lembrar de como o mestre foi ao caminho de Emaús resgatar aqueles
frágeis discípulos que fugiam do propósito. O mestre não queria que eles
ficassem de fora de tão grande promessa, a descida do Espírito Santo. Podemos
imaginar o quanto o coração desses dois ardeu de emoção ao entender tudo o que
estava realmente acontecendo, tudo o que aquela guerra desleal os estava
impossibilitando de ver. Eles eram escolhidos do PAI para iniciar uma grande
obra de restauração da humanidade e assim, mesmo em meio a circunstâncias
adversas, permaneceram firmes e perseverantes no propósito, estavam sempre no
Templo, louvando a DEUS!
Assim como o primeiro versículo
citado neste texto, onde, apesar das circunstâncias difíceis relatadas, onde
visualizamos um vento impetuoso que tremia desertos, arrancava folhas e
árvores, os que permaneciam no Templo, na presença de DEUS, gritavam de
alegria. Interessante percebermos que a própria VOZ de DEUS trazia essa
ventania. ELE é o dono do universo, controla o tempo, as circunstâncias,
controla TUDO... Sabe o que é melhor para cada um de nós e tudo o que nos pede
é que permaneçamos na presença DELE. O que mais podemos dizer, onde mais
podemos estar, se só o SENHOR tem palavras de vida eterna!? (João 6:68)
JOSI😉
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