ANA ENXERGOU QUEM ELA ERA

“E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.   Pois aquele que é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla no espelho o seu rosto natural;  porque se contempla a si mesmo e vai-se, e logo se esquece de como era sua aparência. “  (Tiago 1: 22 a 24)

                                                                                                                                                           Esse  texto, deixa claro a importância de ouvir a Palavra e praticá-la. Aplicar o ensinamento adquirido em sua própria vida. Por vezes, não é bem assim que temos feito. Quantas vezes ouvimos uma palavra e pensamos: fulano podia estar aqui para ouvir essa palavra, ciclano precisava ter vindo... Mas, o que pretendemos ensinar hoje é que, se a palavra fosse para fulano ou ciclano, com certeza o ETERNO traria essa pessoa para escutar...

                   Essa é a questão, a Palavra escutada por nós é exclusivamente para nós! Precisamos urgentemente aprender a olhar "para o espelho" e enxergar nosso próprio reflexo somente e não querer aplicar ensinamentos a vida de outras pessoas. Devemos mudar nossos conceitos e enxergar nosso próprio eu, parar de apontar erros alheios, quando na verdade, nós mesmos temos tanto a consertar.

      Como exemplo de alguém que enxergou  o próprio eu, iremos citar Ana, mãe do profeta Samuel. Ana era uma mulher de coração amargurado que enfrentava uma situação muito difícil que a deixava constantemente chorosa, decepcionada e muito triste. Ela era estéril e além disso, convivia com Penina, a outra esposa do marido ( era algo permitido e comum nesse tempo), que tinha muitos filhos e a irritava sempre. Ano após ano, essa família ia ao Templo adorar a DEUS. Ana, todos os anos chorava, lamuriava e pedia um filho. É uma história bastante conhecida, mas hoje, queremos pautar alguns pontos interessantes nesse relato de Ana, no capítulo 1 de I Samuel:

Versículo 6: Deixa bem claro que o SENHOR lhe havia cerrado a madre. Não era um problema de saúde, não era algo comum, o próprio DEUS lhe havia privado de ter filhos e todos sabiam desse fato.  As vezes, passamos por situações semelhantes a de Ana, ouvimos um NÃO do próprio DEUS, mas, assim como Ana, não entendemos o motivo para tal reposta e continuamos insistindo...

Versículo 8: Elcana (esposo de Ana) faz alguns questionamentos e leva Ana a uma reflexão, ela "olha para o espelho e se enxerga". Muitas vezes em nossa caminhada, o SENHOR coloca essas pessoas em nossa vida, que nos alertam e nos fazem repensar nossas atitudes. No caso de Ana, Elcana visivelmente cansado da situação que enfrentavam, teve sabedoria de mostrar a Ana, sem acusação, o quanto ela estava agindo de maneira errada, afinal, só chorava, não comia quando subiam ao templo e não valorizava o esposo que a amava e estava do seu lado, incondicionalmente a sua esterilidade. Algo interessante que Ana enxergou através das perguntas feitas pelo marido foi que, ela focava tanto em seu problema que não estava dando o devido valor as outras coisas, ela ia ao Templo, mas não participava do culto, afinal, comer fazia parte da adoração a DEUS. Ela chorava constantemente, havia se entregado aquele momento ruim e não conseguia ver o quanto o marido a rodeava de atenção e carinho. Muitas vezes, somos assim também, não enxergamos nada, além de um problema. Apresentamos atitudes egocêntricas e nem percebemos.

Versículos 9 e 10: Mudança de atitude. Note que depois de refletir e perceber o quanto ela mesma estava agindo de maneira errada, Ana COMEU (adorou), LEVANTOU-SE, OROU e chorou aos pés do SENHOR. Agora ela teve uma atitude correta, valorizou  a família (comeram e beberam juntos), valorizou o culto de adoração ao SENHOR e o mais importante,  orou e chorou aos pés do único que podia resolver o problema!

Versículo 11: Entrega, mudança de objetivos. Depois de se derramar aos pés do Senhor, com coração leve, Ana fez um voto a DEUS, onde entregou o filho que ainda não tinha no mundo físico. Ela acreditou que DEUS daria aquele filho que ela tanto desejava e prometeu entregá-lo ao SENHOR por toda a vida. Logicamente, todos os anos Ana chorava e pedia um filho a DEUS, mas possivelmente, nunca cogitou a ideia de entregá-lo a DEUS, afinal, ela queria um filho para resolver seu problema, para sanar a vergonha que vivia, para mostrar para sua rival Penina, para mostrar para o marido e sociedade sua capacidade de gerar... E quantas vezes agimos assim também, preocupados em mostrar algo para outras pessoas e a pergunta que hoje não quer calar: O que temos mostrado e entregado verdadeiramente a DEUS?

Versículo 15: Ana admite seus erros quando questionada e julgada pelo sacerdote Eli, declara: " EU SOU uma mulher atribulada de espírito." Note que Ana não culpou a DEUS por ter-lhe cerrado a madre, não culpou Penina por irritá-la, não culpou o marido ... ela reconheceu que ela era uma mulher atribulada de espírito, reconheceu que o problema estava nela e em mais ninguém. Era um situação permanente, ela não estava atribulada naquele momento, ela era atribulada sempre. Como uma mulher assim, atribulada, amargurada, rixosa, vingativa... cuidaria e educaria um filho??? Logicamente, ensinando tudo o que achava que era certo até então.

          No capítulo 2 de I Samuel, Ana entrega o filho no Templo e adora a DEUS, reconhece a soberania de DEUS. Em seu famoso cântico ela encontrou forças para cumprir sua promessa, porque aprendeu que tudo pertence a DEUS. ELE em sua infinita sabedoria, enxerga muito além do que vemos, o tempo para DEUS é extremamente diferente do nosso, por isso as vezes não entendemos o SEU agir, porque ELE vê o futuro.

         No caso de Ana, por exemplo, ela pedia a DEUS um filho, mas DEUS não tinha um filho comum para dar a Ana. Samuel foi um sacerdote, profeta , juiz de Israel. Um homem íntegro que marcou uma geração. DEUS não  daria um "projeto" tão maravilhoso para uma mulher tão imatura, tão cheia de si mesmo. Ana precisou ser preparada para receber de DEUS presente tão valioso. Ela precisou ser moldada para educar um filho forte e capaz de agradar a DEUS verdadeiramente.

       Assim também é em nossas vidas, precisamos aprender a enxergar nosso próprio eu, reconhecendo nossos próprios erros e nos colocando a disposição de DEUS, para que ELE mude em nós o que quiser, o que for necessário ao cumprimento de Sua obra em nossa vidas e ao estabelecimento de Seu reino! ALELUIA!!!

JOSI😉